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EMPRESARIAL - Micro e pequeno negócios serão foco do mercado de adquiriência em 2019



Com a crescente competição do setor, a aposta dos players está tanto na venda de maquininhas para os MPEs como também nos investimentos em novas tecnologias e adaptação de processos

ISABELA BOLZANI • SÃO PAULO

A venda de maquininhas ganhará força entre micro e pequenos empreendedores no próximo ano. Além disso, os novos entrantes no setor de adquirência também já pressionam os grandes players por preços mais competitivos e serviços mais qualificados.

De acordo com o diretor de marketing da SumUp, Carlos Grieco, o modelo de venda de maquininhas (POS) tem crescido, não apenas entre os novos players, mas também entre os mais tradicionais do setor de adquirência.

“É um processo mais democrático, onde o empreendedor mesmo sem se formalizar consegue acesso à maquinha e a um serviço de qualidade. Por isso, o foco acontece principalmente entre os micro e pequenos negócios”, afirma o executivo.

Entre as grandes, por exemplo, a Cielo está entre as empresas que batalham para reduzir as perdas de market share trazida pela maior competição do setor.

“O mercado vive seu momento mais efervescente e a demanda só cresce. A Cielo está bastante focada em capturar o crescimento vindo dessas novas oportunidades”, disse a diretor de marketing da companhia, Duda Bastos.

A procura por novidades por parte dos clientes fez de 2018 o ano de maior número de lançamentos na história da Cielo, com uma readequação de portfólio e de ofertas.

“Lançamos três novos terminais, reestruturamos nossas ofertas e trouxemos o modelo de planos, cuja proposta é a de nos adequarmos a novos perfis de clientes. Tudo isso para que estejamos muito mais competitivos em 2019”, diz Bastos.

Para Grieco, porém, apesar das transições já vistas, manter o serviço de qualidade será um forte desafio para 2019.

“No curto prazo, navegaremos em um mar agitado de pressão sobre os preços. Mas isso não pode interferir no serviço ofertado”, completa.

Segundo o diretor da Banrisul Cartões (responsável pela Vero), Carlos Malafaia, no entanto, ainda que os produtos “atendam a todos os públicos”, os gastos da companhia “não vão deixar de existir”.

“Há um público que exige disponibilidade e qualidade na hora que a maquininha mostra algum problema na loja e quer outro produto em mãos em questão de horas. Isso requer uma estrutura de atendimento enorme e tudo tem um custo”, explica o diretor do Banrisul.

“É natural que, com a maior competição, o fator preço pese cada vez mais. Mas não é só isso que está em jogo”, afirma Bastos, reforçando a estratégia da Cielo em trazer o know how e novas tecnologias para oferecer mais “propostas de valor”.

Novas Tecnologias

Em termos de tecnologias, por outro lado, o CEO da Bela Pagamentos, Arthur Silveira, lembra a importância de adaptação em um momento de mercado cuja demanda por rapidez e agilidade continua crescente no mundo online.

“Teremos uma aceleração dessas tecnologias em 2019, porque a competição se dá por todos os lados”, diz o executivo, reforçando as fintechs como um dos principais motores desse movimento.

“O marco, por exemplo, foram os IPOs [Oferta Inicial de Ações] da Stone e da PagSeguro, não somente como a abertura oficial do mercado aos novos entrantes, mas também como prova de mudança do mercado”, acrescenta Silveira.

De acordo com a PagSeguro, o volume transacionado na companhia no primeiro semestre deste ano cresceu 120% em relação ao ano passado, chegando a mais de 3,5 milhões de vendedores ativos.

“Continuaremos focados na nossa missa de democratizar os meios de pagamentos eletrônicos e serviços financeiros no Brasil. Seguimos com boas taxas de crescimento e continuaremos focando em soluções disruptivas com taxas competitivas”, acrescentou a companhia, por meio de nota.

Seguindo a tendência de inovações, a Rede anunciou neste ano um novo modelo de atuação junto ao e-commerce, bem como a prestação de serviços especializados com a plataforma PayPal.

“O reposicionamento se apoia em três pilares: tecnologia, com uma plataforma única de produtos; pessoas, com ampliação das equipes e parceria com emissores”, afirmou o diretor da companhia, Rodrigo Carneiro, reiterando que a qualidade do serviço e a capilaridade comercial e de portfólio “continuarão a ser elementos-chave da estratégia”.

“O mercado tem passado por muitas mudanças e as empresas do setor precisam adequar suas práticas, buscando inovação, equilíbrio na guerra de preços e atendimento especializado, que respeite as particularidades de diferentes nichos”, concluiu o executivo.

Fonte: Fenacon

 
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