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FINANÇAS - Empresa precisa fornecer uma série de garantias para conseguir crédito em bancos públicos



Qualquer empresa pode buscar crédito no mercado para concretizar seus planos de curto ou longo prazo, seja em função do ganho de relevância e permanência no mercado que integra, do aperfeiçoamento dos produtos, da gestão e melhora do caixa, ou mesmo para tirar projetos antigos da gaveta. Atualmente, há financiamentos para quaisquer necessidades da organização em bancos de desenvolvimento, bancos privados e públicos com linhas de empréstimo comuns.

Para entender o impacto desse mercado na economia, é importante olhar para a conjuntura. A concessão de crédito tem se expandido no País, a despeito das previsões de baixo crescimento ou estagnação do produto brasileiro. Segundo o Banco Central (BC), o saldo de crédito disponível a pessoas físicas e jurídicas cresceu 5,1% em 2018, devido ao recuo das taxas de juros, à redução dos indicadores de risco e à inadimplência em patamares menores do que nos anos anteriores.

Em março deste ano, o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$3,3 trilhões. O saldo destinado a empresas cresceu 0,8 – somando R$1,4 trilhão – de acordo com os dados mais recentes do BC. O órgão enfatiza que a projeção para o crédito livre em 2019 é de expansão de 12% para empresas, com tendência a seguir impulsionado pelos descontos de recebíveis e pela recuperação do capital de giro.

Uma das fontes de recursos são os bancos públicos, com ampla participação na concessão de crédito. Segundo o consultor sênior da Nodari Consultoria, Adriano Nodari, “as condições para tomada de crédito para empresas geralmente são melhores nos bancos públicos, os juros são menores e há mais possibilidades de parcelamento, carência, amortização, principalmente para pagamento em longo prazo. Nesses bancos, há linhas de crédito especiais e específicas para pequenas e médias empresas, tanto para capital de giro, para comprar máquinas etc. Mas no curto prazo, as condições são semelhantes em instituições públicas e privadas”, enfatiza.

Ele explica que, ainda assim, conseguir crédito de uma instituição pública é um processo trabalhoso, ainda mais para empresas pequenas, pois é necessário que tenha um plano de negócios e de investimento, atém de já ter calculado e planejado como aquele dinheiro irá ser devolvido para o banco. “A garantia para empréstimos para aquisição de máquinas geralmente é a própria máquina, mas para capital de giro e outros, ele precisa dar a garantia de algum ativo que a empresa tenha, como um imóvel, por exemplo. Assim, a empresa deve primeiro fazer uma pesquisa de bancos públicos e privados, depois precisa verificar a documentação exigida em cada um, para então identificar quais condições estão ao seu alcance”, acrescenta.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que o governo precisa tornar menos rígidas as garantias que as empresas têm de oferecer a fim de obter financiamento junto aos bancos. A Entidade aponta que a desburocratização do mercado de crédito é fundamental para fomentar o desenvolvimento do País, pois impacta diretamente na confiança dos micros e pequenos empresários, que terão uma ferramenta eficiente para o seu negócio, fluxos de caixas mais positivos, e mais segurança para realizar investimentos.

A FecomercioSP frisa ainda que hoje são consideradas na análise de concessão de crédito por instituições públicas somente as receitas que integrarão as vendas parceladas já realizadas, como, por exemplo, as vendas de mercadorias em prestações no cartão de crédito. Uma empresa com faturamento médio mensal de R$ 1 milhão, nesse caso, poderia estipular essa projeção como garantia na concessão de um empréstimo. Uma possibilidade defendida pela Federação seria fornecer as expectativas de vendas futuras como garantia.

Objetivos bem estabelecidos

Ao contrair um financiamento junto a instituição financeira, o empresário deve ter em mente qual a razão de estar buscando esse empréstimo, quais as opções que terá no mercado – bem como os tipos de recursos disponíveis –, os prazos da dívida e principalmente o custo efetivo total do crédito. Além disso, é importante saber quais as condições de expansão do negócio e se a aplicação do dinheiro trará retornos em médio ou longo prazo.

Considerando que hoje o ambiente é mais promissor à concessão de créditos, é necessário que as empresas estejam atentas às garantias para que consigam um empréstimo.

Como cada banco tem suas próprias exigências e normas, a lista de documentos a seguir tem o objetivo de fazer o empresário se orientar, de modo a agilizar ou facilitar todo esse procedimento.

– Balanço patrimonial 

Trata-se de demonstrativo contábil que mostra a realidade financeira da empresa. Para empréstimos, os bancos geralmente solicitam o balanço patrimonial dos últimos três exercícios, de forma a conferir os resultados da empresa nos últimos anos e ainda apurar se ela terá condições de arcar com todos os custos do financiamento.

– Cópia das folhas da DIPJ 

A empresa deve apresentar a Declaração Integrada de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), que reúne as informações fiscais obrigatórias por lei enviadas à Receita Federal.

– Balancete analítico

O balancete reúne as informações de fluxo de caixa e deve ser entregue junto com o demonstrativo de resultados do exercício, executado dentro de 120 dias a partir da data de solicitação de financiamento junto à instituição financeira.

– Parecer de auditoria independente

É importante apresentar uma auditoria independente, ainda que a organização obtenha seu balanço patrimonial bem estruturado. Entregue ao banco uma avaliação de uma empresa independente para comprovar as informações prestadas por meio dos documentos gerenciais.

– Contrato social

É necessário anexar o contrato social original e também todas as suas eventuais alterações, com objetivo de fornecer ao banco uma referência completa de como seu negócio está progredindo.

Ainda que todos esses documentos sejam entregues, a instituição financeira pode pedir outros documentos que complementem o portfólio da organização em relação à sua situação econômica e financeira. Os mais comuns são: os dados cadastrais dos sócios, dados cadastrais da empresa, garantias, natureza do investimento realizado, assim como informações referentes à viabilidade econômica da empresa.

Fonte: Fecomercio SP

 
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