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ECONOMIA - Juros devem cair para 5,50% em setembro



O Banco Central (BC) pode fazer mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros da economia (Selic) já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá nos dias 17 e 18 de setembro.

Com isso, a Selic alcançaria patamar de 5,50% ao ano. Projeção de inflação abaixo da meta e atividade econômica ainda muito fraca são os principais fatores que balizam este cenário. “Ao menos um corte de 0,50 ponto na Selic está contratado. Daí para a frente, a trajetória de juros vai depender da evolução dos indicadores com relação ao cenário internacional”, destaca o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, ao se referir ao acirramento da guerra comercial nesta semana.

A avaliação dele é feita com base na ata da última reunião do Copom (30 e 31 de julho) que decidiu por reduzir os juros de um patamar de 6,50% ao ano, para 6,00%.

Com a guerra comercial se agravando, os efeitos de desaceleração global se estenderiam para o Brasil, podendo enfraquecer mais a economia, o que pressionaria por cortes adicionais na taxa de juros.

Apesar de reiterar os riscos de desaceleração global, a ata do Copom destacou que o Brasil tem capacidade de absorver choques externos. O documento não chegou a captar o último episódio da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos (EUA), ocorrida no último dia 5, quando o presidente Donald Trump chegou a acusar os chineses de manipularem a sua moeda, o yuan.

Em coletiva de imprensa, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o ambiente de “guerra comercial” tem provocado revisões para baixo das projeções de crescimento de diversos países. Porém, ele ressaltou que as contas externas brasileiras são muito sólidas e que estão amparadas pelo grande volume de reservas internacionais.

“Navegamos na crise sem ter que subir juros, como outros países tiveram que fazer. Estamos seguros para navegar por tempo mais incerto à frente”, concluiu Campos Neto.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, acrescenta que o canal de transmissão da taxa de câmbio para inflação se enfraqueceu no Brasil e no mundo. Isso significa que as elevações recentes do dólar não devem impactar as projeções de inflação, que estão dentro das metas.

Gomes Filho também espera que o BC corte os juros em mais 0,50 ponto na próxima reunião. “O BC tem olhado mais para o cenário doméstico para tomar as suas decisões”, reforça o economista.

Inflação na meta

No documento, o BC afirma que “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva” (ou seja, de 2020) “deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo monetário”. O Copom projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2019 com alta de 3,6%, e suba para 3,9% ao final de 2020, variação abaixo da meta de inflação de 4,0%, estabelecida para o período. Este cenário leva em conta que a Selic caia para 5,50% até o final deste ano e permaneça neste patamar até o final de 2020. Também supõe trajetória de taxa de câmbio que termina 2019 em R$ 3,75 e encerra em 2020 em R$ 3,80.

Na ata, o Comitê estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre, com alguma aceleração nos trimestres seguintes, que deve ser reforçada pelos estímulos da liberação de recursos do FGTS e PIS-Pasep. Porém, o Comitê reforça que essa recuperação se dará em ritmo gradual.

Fonte: DCI

 
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